LIZ FAZ 7 MESES E TUDO É FESTA!

O tempo passa rapidinho e eis que a nossa Liz já tem 7 meses.

Todos os meses acendemos e apagamos as velas, comemos bolo e cantamos parabéns.

Extravagância? Sei lá, o amor é mesmo um pouco assim.

Comemoramos e agradecemos à Deus porque "um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços uma menina. Completamente grátis - nisso é que está a maravilha. Sem dores, sem choro, aquela criancinha da sua raça, da qual vc morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida".

Minhas filhas, Renata e Raquel, uma é cópia fiel da outra, e nossa Liz.

"Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é uma menina que se lhe é "devolvida".

Minha sobrinha Pâmela, não pode comparecer, mas deixou os brigadeiros de copinhos prontos.

"E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito sobre ela, ou pelo menos o seu direito de a amar com extravagância, ao contrário, causaria escândalo ou decepção, se vc não a acolhesse imediatamente com todo aquele amor que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração".

Raquel, Márcia, Luma, Renata e Thainá, a madrinha que é responsável por esse nosso encontro todos os meses.

"E o misterioso entendimento que há entre avó e neta, na hora em que a mãe castiga, e ela olha para vc, sabendo que, se vc não ousa intervir abertamente, pelo menos lhe dá sua incondicional cumplicidade".

Toda princesa tem sapatinhos fashions, e esse aqui já a esperava antes que ela nascesse.

"Já a avó não tem direitos legais, mas oferece a sedução do romance e do imprevisto. Mora em outra casa. Traz presentes".

E como toda Cinderela, Liz já perdeu um pé desse sapato.

"Faz coisas não programadas. Leva a passear, "não ralha nunca". Deixa lambuzar de pirulito. Não tem a menor pretensão pedagógica. É a confidente das horas de ressentimento, o último recurso dos momentos de opressão, a secreta aliada nas crises de rebeldia".

Liz estava tendo uma conversa séria com o Chanel quando eu a vi sentar-se pela 1ª vez.

"Uma noite passada em sua casa é uma deliciosa fuga à rotina, tem todos os encantos de uma aventura".

E pelo sorriso farto dela, dá para perceber que se entenderam muito bem.

"Aliás, desconfio muito de que os netos são melhores que namorados, pois que as violências da mocidade produzem mais lágrimas do que enlevos".

No mês passado fizemos a festa com o Pica-Pau.

"E quando vc vai embalar a neta e ela, tonta de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz "Vó", seu coração estala de felicidade, como pão ao forno".

Liz e Helena: minhas netas que são os grandes amores da minha vida.

Me identifico com esse poema de Raquel de Queiróz, chamado "A Arte de ser Avó".

Não conheci minhas avós, elas já se haviam ido quando eu nasci. Para as minhas netas quero ser a melhor avó em tudo, apesar dos tantos defeitos que inevitavelmente possuo, mas a que dá bom exemplo, é amorosa, paciênte e tem um caráter reto.

Me renovo e rejuvenesço através dos sorrisos e olhares ternos que a minha coleção de meninas me dá, as meninas tão sonhadas, e que Deus, em sua generosidade, me deu de presente. Obrigada, Papai!